terça-feira, 10 de maio de 2016

Unidade C

Epistemologia e a Educação


Por nossa capacidade de pensar, escolher, tomar decisões,  perguntar, ficar na dúvida, somos diferentes dos animais. Nossa racionalidade... E quando temos nossas dúvidas, perguntamos a quem conhece mais, e entende mais do assunto... Assim é a epistemologia, ela nos ajuda a aprender mais sobre  a construção do conhecimento na sociedade de uma forma complexa. Como nós dialogamos no dia-a-dia, a ciência também busca fazer diálogos, porém teóricos, e para a evolução do pensamento. Por isso que quando escrevemos um texto científico, propomos um diálogo entre pensadores, cientistas, filósofos e todos os interessados em um determinado tema. Eles "conversam" entre si, debatendo e concordando um com o outro.O conhecimento científico pressupõe este diálogo e desta forma é construído.

A epistemologia pode ser interpretada como um processo constante de diálogo sobre um conhecimento que está suscetível de superação. Ou seja, com dúvidas, questionamentos, vão estar sempre mudando, então a epistemologia não é sinônimo de certezas.
Partindo do significado etimológico da palavra, destacamos que a epistemologia tem vários significados de acordo com as diversas compreensões. Tem gente que acha que é uma disciplina, outros acham que é pura teoria, porém sabe-se que é uma disciplina ou teoria que nasce com a ciência moderna com espaço para discussão sobre a racionalidade científica.
Entre a epistemologia e teoria do conhecimento existe diferenças, que poucos conhecem, segundo Stein (1988) "a teoria do conhecimento estuda os processos internos e como se constitui o conhecimento na mente; e a teoria da ciência estuda a validade dos processos objetivos que produzem o universo cognitivo pela ciência" (STEIN, 1988, p.106).

Observa-se, na história da epistemologia, duas vertentes que problematizam esta relação:

Racionalismo -> Deposita no pensamento, na razão, a fonte do conhecimento, o qual deve ser logicamente necessário e universalmente válido;
Empirismo -> Propõem a experiência como única fonte de conhecimento.

Posições que problematizam a teoria do conhecimento no sentido de desvendar este processo focado na relação do sujeito.
A tendência fundamental da epistemologia reproduz o pensamento de Kant, segundo o qual existem formas anteriores ao entendimento que produzem a inteligibilidade. Já, na dialética hegeliana, este problema tenta ser superado pela primazia da prática. Contudo, Heidegger tenta resolver esta relação quando propôs analisar o homem como ser no mundo, compreendo que a inteligibilidade está diretamente relacionada ao nosso modo de agir no mundo.
A epistemologia na contemporaneidade vem buscando superar a dualidade que, por muito tempo, permeia as discussões epistemológicas e da teoria do conhecimento: a dualidade racionalidade e historicidade.
Além disso, Putman, um teórico do conhecimento, faz uma crítica a valorização excessiva da racionalidade cientifica, ele pode concluir que a cientificidade é apenas uma das vozes da razão, e não sinônimo de ciência, com isso Putman cria uma nova percepção de racionalidade, que se liga a ética do homem.
É importante se conhecer sobre a epistemologia para depois falar sobre a educação, pois bem, dados algumas discussões epistemológicas, nos vem a pergunta, mas o que isso tem haver com educação?  Pois bem, a educação voltada para o conhecimento e para o ensino das diversas ciências e disciplinas, por vezes, ignora ou banaliza os processos de construção do conhecimento, assim como os próprios conhecimentos selecionados para o ensino. O que é uma pena, pois a construção do conhecimento em sala de aula esta maximizando uma relação mecânica em que as disciplina apenas são jogadas para os alunos como um conteúdo solto segundo Ramos (2008). Ele propõe, como tentativa de minimizar essa atitude, algumas possibilidades de trabalhos entre alunos e professor, de maneira mais recreativa e que chame atenção, que seja utilizado coisas que estão em contato todo dia, para que os alunos possam se sentir mais entrosados com a matéria, e assim serve de degrau para a construção do conhecimento de forma analítica e histórica.

Como sabemos, o conhecimento não nasce do zero, ele é construído historicamente a partir das indagações e problematizações e, desta forma, ele deveria ser trabalhado em sala de aula.


Referências Bibliográficas:

Livro: "Filosofia da Ciência" de Tatiana Valéria Trevisan

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