terça-feira, 10 de maio de 2016

Unidade B (Continuação...)

Proposta Epistemológica de Boaventura de Souza Santos

Como proposta epistemológica, Boaventura traz as "Epistemologias do Sul", onde esta seria uma metáfora, significando todo o sofrimento humano, causado pelo capitalismo.


A produção de conhecimento vai ser transformando buscando alternativas de passar longe das armadilhas de exclusão social que o capitalismo oferece. Indo contra uma visão de etnocentrista (achar que o seu pensamento, etnia, é melhor que os demais), busca-se entre dentro das pesquisas, não sobrepor umas sobre as outras, mas propor que os saberes consigam fazer trocas de seus conhecimentos, sem se anularem, criando uma ecologia dos Saberes, nenhum saber é melhor que o outro, há um equilíbrio de ideias.


Mas por que do Sul? 

A divisão das linhas geográficas abissais que dividiram o mundo em hemisférios Sul e Norte também dividiram no âmbito do conhecimento. Não parece que há uma  sobreposição do Norte sobre o Sul  mas sabemos das desigualdades entre os dois lados. Para Boaventura essa sobreposição de saberes é chamada de epistemicídio. 
Ele ressalta um pluralismo epistemológico evidenciado na ecologia dos saberes que não desperdiça nem anula os conhecimentos do Sul, possibilitando os conhecimentos silenciados dos povos sejam ouvidos, acontecendo uma reconstrução epistemológica, consequentemente reconhecendo assim o Sul, o que significa ir além de uma simples justiça global.
Ao passar por todas as aetapas do desenvolvimento da epistemologia nos leva a contextualiza-la conformes seu tempo, e perceber  que continua sendo importante para o desenvolvimento social, embora por muito tempo alguns saberes foram excluídos dos estudos, hoje pode-se dizer que aconteceu uma transformação no pensar que reflete na valorização desses conhecimentos, e das diferenças culturais acentuadas pelo povo do Sul.
Então, para que se tenha uma democracia de verdade, além de só programas governamentais, temos que aceitar e trabalhar com o reconhecimento da importância das diferenças no mundo, reforçando cada vez mais a ideia de uma ecologia de saberes, um fluxo de ideias e saberes diferentes. 
Sem deixar de lado as lutas e os movimentos sociais, a epistemologia do Sul possibilita pensar alternativas para a realidade social, mas o “cuidado” indicado por Boaventura é que essas - alternativas - não se tornem “silenciamentos alternativos”, porque assim não vai ter adiantado nada dar "voz" aos silenciados, para voltarem a ficar "mudos" de novo.

O papel da epistemologia na atualidade vai além do estudo dos conhecimentos científicos e alcança, também, a justiça cognitiva global.






Referências Bibliográficas:
Livro "Filosofia da Ciência" de Tatiana Valéria Trevisan

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